Incenso - Cultura e Sensação

O que é que significa acender um incenso?

Incenso vem do latim "Incensum" que significa "queimar". Desde a antiguidade que o incenso é utilizado para atrair boas energias e afastar as más. Mas hoje em dia o seu objetivo continua a ser praticamente o mesmo, uma vez que acender um incenso é muito gratificante e agradável para nós. O fumo e o aroma agradável relaxam o nosso sistema nervoso, ajudando-nos a combater os sintomas de ansiedade e depressão, reduzindo assim o nosso stress.

Há quanto tempo existe o incenso e qual foi o primeiro? Um pouco de história...

Desde que o homem descobriu o fogo, apercebeu-se dos aromas provenientes da queima de diferentes coisas, como a madeira e as folhas. Foi assim que continuou a explorar e a apurar o seu olfato, até chegar a estas resinas aromáticas que lhe davam maior prazer quando acesas.

Para praticamente todas as culturas que utilizavam esta prática, o incenso era considerado sagrado e isso devia-se ao facto de, através da sua queima, do seu fumo e do seu aroma, conseguirem ligar-se aos deuses, apaziguando-os e oferecendo-lhes, desta forma, orações para o além.

O incenso era considerado uma dádiva da natureza, uma vez que era extraído da natureza e, quando aceso, melhorava o estado de espírito.

Era utilizado especialmente em rituais religiosos e de cura, um objetivo que ainda existe hoje em dia, uma vez que é utilizado para fins religiosos, bem como durante aulas de ioga, thai chi e meditação.

Atribui-se aos antigos chineses a primeira utilização de incenso, por volta de 2000 a.C., para cerimónias de culto, mas provas de enterros pré-históricos sugerem que no antigo Egipto já era utilizado para satisfazer os seus deuses mil anos antes.

Os textos sagrados dos antigos hindus indianos, os Vedas, indicam que a utilização do incenso pode ser ainda mais antiga, de cerca de 3500 a.C.

Quando se fala do primeiro incenso, o nome que ressoa é olíbano (cujo nome original vem do francês antigo "francencens", que significa "incenso puro"), uma resina aromática obtida de árvores do género Boswellia. O olíbano era utilizado como remédio para tudo, desde hemorróidas a cólicas menstruais e melanoma (cancro da pele). Foi considerado a aspirina, a penicilina e o Viagra da sua época.

O que significa acender um pau de incenso? Deve ser aceso num determinado momento? Quando devo acender um pau de incenso? Porquê queimar um Sahumerio?

Queimar um pau de Incenso ou Sahumerio é um ritual milenar e está diretamente relacionado com a limpeza do ambiente, com a expulsão das energias mais más e a atração das energias boas.

Não existe uma hora exata para acender um incenso, a não ser que haja um ritual religioso específico envolvido, nesse caso deve ser regido pela religião e pelo ato em si.

Mas na nossa vida quotidiana, desde que o acendamos de forma segura (mais à frente diremos como fazê-lo), podemos realizar este ato por diferentes razões, seja para perfumar o ambiente, para iniciar ou terminar uma prática de ioga, meditação ou similar, ou para relaxar e desfrutar de um momento especial para nós próprios.

Escusado será dizer que, embora o ato de queimar um incenso acalme o sistema nervoso, gerando uma sensação agradável e relaxante, existem diferentes aromas que nos proporcionam diferentes benefícios, alguns são purificantes, outros atraem energias positivas, etc. Devemos escolher a fragrância que mais gostamos ou a que mais nos beneficia com as suas propriedades.

Quais são os benefícios de acender uma vara de incenso?

Eis alguns dos benefícios de queimar uma vara de incenso:

* Reduz os sintomas de ansiedade e depressão.

* Limpa o ar

* Melhora a circulação sanguínea e os processos inflamatórios.

* Melhora o nosso humor

* Ajuda na concentração

* Pode ser um bom afrodisíaco

* Ajuda a adormecer

Como acender um incenso?

Os passos para acender um incenso são os seguintes:

* Colocar o pau num incensário ou queimador; deve colocar a ponta descoberta no orifício previsto para o efeito no queimador. Verificar se está estável.

* Acender a ponta do incenso com um isqueiro ou fósforo; após alguns segundos, apagar a chama de modo a que fique apenas a ponta vermelha e se veja sair fumo.

Como apagar um incenso em segurança?

O incenso apaga-se por si só quando é completamente consumido, mas se precisar de o apagar antecipadamente, pode pressionar a ponta do incenso num pedaço de metal, tal como faria para apagar um cigarro.

Também pode humedecer a ponta acesa com algumas gotas de água. O mínimo possível, para poder reutilizá-lo sem danificar a resina.

O incenso apagado pode ser reutilizado?

O incenso que se apagou antes de terminar pode ser utilizado novamente e as suas propriedades serão as mesmas. Para o fazer, deve seguir os mesmos passos que seguiu quando o acendeu pela primeira vez.

Que precauções de segurança devo tomar ao acender e/ou apagar o incenso?

Geralmente não é uma prática perigosa, mas como se trata de fogo e de algo que introduzimos no nosso organismo através do olfato, é bom tomar algumas medidas de segurança:

* Acender sempre em queimadores feitos para o efeito.

* Nunca o deixar aceso sem a supervisão de um adulto.

* Não o colocar perto de objectos que se possam inflamar facilmente, certificando-se de que o vento que possa existir no local não aproxima cortinas ou tecidos do incenso aceso.

* Acendê-lo sempre em locais ventilados.

* Evitar expor-se ao fumo direto durante longos períodos de tempo.

* Escolha sempre incenso natural, o fumo do incenso sintético é mais tóxico.

* Tenha em atenção que o fumo deve ser sempre claro. Se o fumo for demasiado escuro, significa que está demasiado concentrado, o que pode ser prejudicial para o nosso organismo.

De que é feito o incenso?

O incenso é uma pasta feita de resina vegetal aromática e pó de madeira, à qual são adicionados óleos de diferentes essências. As resinas mais comuns são a mirra, o cedro, o copal ou o olíbano, e os aromas e óleos essenciais podem ser muitos, como o sândalo, o alecrim, o limão, a alfazema, entre outros.

Que tipos de incenso existem?

Podemos encontrar incensos em forma de cones, que podem ser cones comuns (aqueles que emanam o fumo para cima) ou cones de refluxo, que são aqueles que têm um orifício na parte inferior e, quando acesos, o fumo desce para baixo; estes últimos devem ser colocados em fontes feitas para o efeito.

Existem ainda os incensos em espiral e os de resina pura.

O formato mais difundido é o pau tradicional, que é aquele a que dedicamos principalmente este blogue.

É importante esclarecer que cada tipo de incenso deve ser colocado no sítio certo. Os queimadores mais comuns e tradicionais têm normalmente um lugar para o pau e para o cone.

Pode ser perigoso?

O fumo do incenso não é inofensivo, apesar de ser um produto natural, mas não devemos alarmar-nos.

A Universidade de Tecnologia do Sul da China, em Guangzhou, realizou um estudo há cinco anos para descobrir se a utilização de incenso em locais pouco ventilados ou fechados era prejudicial para a saúde, e o resultado foi alarmante, mas também se reconheceu que o estudo tinha sido realizado numa amostra muito pequena e em animais, e não em seres humanos, pelo que é necessária mais investigação para uma análise mais séria.

No entanto, é sempre recomendável utilizar estes incensos em locais ventilados e não os acender durante mais de duas ou três horas por dia.

A ventilação é essencial, especialmente se houver crianças na divisão onde o incenso é aceso.

Por fim, é importante escolher os incensos naturais, que são aqueles cujo fumo é de cor clara, cujo aroma é subtil e que são certificados como biológicos. Embora não seja um produto sujeito a controlos sanitários rigorosos, podemos encontrar incensos com certificação biológica.

Que queimadores de incenso utilizar e que suportes de incenso são mais seguros?

Existe uma grande variedade de suportes para incenso, que podem ser feitos de metal, madeira, cerâmica ou resina.

Geralmente, encontra-se cerâmica ou resina nas fontes de refluxo, que são especialmente para os cones que têm o orifício por baixo, que é por onde passa o fumo. Entre estas duas variedades, a mais recomendada é a cerâmica por ser mais segura. Estas fontes têm normalmente um orifício onde se pode colocar o pau de incenso e no lugar do cone, podem ser colocados os dois tipos de cones.

No caso dos paus ou dos cones comuns, a maioria dos queimadores tem um local para colocar ambos, podendo optar-se umas vezes pelos paus tradicionais e outras pelos cones.

Estes queimadores podem ser de madeira ou de metal, sendo ambos seguros, embora o metal tenha sempre um fator de segurança extra porque estamos a falar de fogo. Em todo o caso, se tiver um incensário de madeira ou se estiver a pensar comprar um e preferir o de madeira, pode ter a certeza de que não terá qualquer problema, pois o incenso não emite faíscas e o que cai no queimador são as cinzas, pelo que não terá qualquer problema.

Para além do material, existem várias formas de queimadores, os mais simples são a tradicional tábua de madeira, que numa das extremidades é curva e onde tem um orifício destinado a colocar a haste de modo a que esta fique num ângulo oblíquo.

Depois temos um modelo semelhante mas com uma forma metálica, estes são normalmente esculpidos e têm a forma de uma folha.

O outro tipo de queimador muito conhecido é o que tem a forma de um caixão, é feito de madeira e na sua parte inferior costuma ter um lugar onde se pode guardar o incenso novo. Na parte superior há uma tampa com orifícios por onde passam o fumo e o aroma. Quando a tampa é levantada, a varinha ou o cone é colocado no topo.

Semelhantes a este são as torres, em que o incenso ou o cone é colocado no interior e, quando fechado, tem orifícios que permitem a passagem do fumo e do aroma. A diferença em relação aos caixões é que estes são verticais e existem caixões de madeira e de metal.

Finalmente, encontramos os incensórios, geralmente de metal (embora também existam de madeira), que têm diferentes formas e são esculpidos com símbolos ou formas decorativas, muitos deles com figuras ou símbolos étnicos ou deuses hindus. Estes incensários são muito decorativos, porque embora não estejam a cumprir a sua função, são ornamentos muito bonitos.